A decisão ainda depende de uma Medida Provisória (MP), que só deve ser publicada após o retorno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de viagem à França.
Investimento de renda fixa em que o investidor empresta dinheiro ao banco, que se compromete a aplicar os recursos no setor imobiliário. Pode ter remuneração pré-fixada, pós-fixada (atrelada a índices como CDI ou Selic) ou híbrida.
Funciona de forma semelhante, mas os recursos são direcionados ao agronegócio.
Ambos são isentos de IR e contam com a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) até R$ 250 mil por F ou CNPJ.
Hulisses Dias, mestre em Finanças pela Universidade de Sorbonne (França), explica que o primeiro impacto é a redução da atratividade para investidores.
— A isenção de IR é o principal atrativo dessas letras, pois garantem rentabilidade líquida superior a CDBs e até ao Tesouro Selic — diz.
Segundo ele, a alíquota de 5% diminuiria o retorno líquido e poderia reduzir a demanda, levando investidores a buscarem alternativas como debêntures incentivadas.
O especialista destaca ainda consequências para setores estratégicos: o agronegócio, fundamental para a balança comercial, e o imobiliário, importante na geração de empregos.
— Isso elevaria o custo de crédito para imóveis e agronegócio, pois LCIs e LCAs são instrumentos de captação essenciais. Menos demanda por esses títulos significa menos financiamento disponível, o que pode aumentar juros e pressionar a inflação — afirma.
Para o economista e coordenador de Relações Governamentais no Agronegócio da BMJ Consultores, João Francisco os Crisóstomo, no caso do agro, o efeito pode ser ainda mais sensível, comprometendo a produção e a competitividade internacional do Brasil.
— A Frente Parlamentar da Agropecuária já se manifestou contrariamente à medida, alertando para os impactos que ela pode provocar no financiamento rural — ressalta.
Conforme o economista, mudanças nas regras das LCIs e LCAs têm impacto direto não apenas no crédito setorial, mas também na confiança dos pequenos investidores.
O governo pretende editar uma Medida Provisória (MP) para:
Além disso, o governo busca reduzir gastos tributários em 10% e discutir cortes em despesas primárias.
A reação imediata foi negativa, com investidores temendo impactos em cadeia. Hulisses Dias analisa que "há um sentimento de insegurança, pois o governo parece indeciso, revendo medidas frequentemente".
— Isso é visto como parte de ações que podem encarecer bens e serviços, afetando toda a economia. O estoque desses títulos já supera R$ 1 trilhão, mostrando relevância para o financiamento de setores produtivos — detalha.
Enquanto o governo prepara a Medida Provisória, especialistas sugerem opções:
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