
A antiga Industrial Madeireira, cuja história foi destacada na coluna desta terça-feira, teve como um de seus milhares de colaboradores o marceneiro Belmiro Boff, falecido no último dia 11 de julho, aos 91 anos. Parte de sua história foi resgatada pelo amigo e vizinho Gilmar Pedron Lorenzi, responsável pelas informações que reproduzimos a seguir.
Um dos oito filhos do casal João Boff e Helena Bergozza, seu Belmiro nasceu na Capela de Senhora da Maternidade, na Quinta Légua, em 18 de outubro de 1929 - como era comum naqueles tempos, o garoto foi registrado somente em 4 de novembro, mas sempre comemorou o aniversário na data original.
Conforme relatado por Gilmar, no início da adolescência, Belmiro ou a residir com os padrinhos em Galópolis, em uma das clássicas casas geminadas da vila dos operários do Lanifício São Pedro. Era também próximo dali, na Capela de Viva Maria, entre Galópolis e Vila Cristina, que residia a família de Francisco e Maria Guizzo Bortoluzzi, pais de sua futura esposa, Ida Bortoluzzi.
O casamento ocorreu em 10 de julho de 1954, dois anos após os Bortoluzzi migrarem para a área urbana de Caxias, mais precisamente para o bairro São Leopoldo. Inicialmente, Belmiro e Ida residiram numa casa de madeira na esquina da Av. São Leopoldo com a Rua Carlos Mauri. Já a casa própria foi erguida na Rua Francisco Fossatti, para onde Belmiro, Ida e o primogênito Moacir José (in memoriam) se mudaram em 1959 - na sequência nasceram os outros quatro filhos do casal: Eliana, Carlos, Marcos Antonio e Daniel.


Bocha e Industrial Madeireira
Fã de gaita, seu Belmiro costumava tocar nos bailes que ocorriam com frequência em Galópolis e em diversas outras localidades do interior do município. Também era um craque da bocha, vide a imagem acima, em que ele aparece entre os campeões de um torneio realizado na Sociedade de Bochas Rio Branco, pertencente aos Capuchinhos, nos anos 1960.
Outro de seus prazeres era fotografar. Munido de sua Kodak Duaflex de fabricação inglesa, ele costumava registrar eios e viagens em família. Mas pode-se dizer que foi na marcenaria que seu Belmiro deixou sua marca. Um de seus primeiros empregos, depois de deixar o serviço na colônia, foi na antiga Industrial Madeireira Ltda.
Posteriormente, Belmiro trabalhou em uma empresa de móveis na Rua Visconde de Taunay, bairro Rio Branco. Tudo isso até fundar o próprio empreendimento, batizado de Móveis Dani em homenagem ao filho caçula Daniel.



Mestre dos móveis
Exímio desenhista, Belmiro Boff era um artista dos móveis clássicos. Sua produção abrangia desde cadeiras, estantes, mesas, roupeiros e cozinhas até móveis para lavabos e banheiros.
Fazia também escadas e portas com relevos e entalhes para residências. Dos 50 anos dedicados ao ofício, 30 foram em sua marcenaria no porão da casa, na Rua Francisco Fossatti, bairro São Leopoldo.



Família
No dia 10 de julho, véspera do falecimento de seu Belmiro, ele e dona Ida completaram 67 anos de casamento. Além da esposa e dos filhos, seu Belmiro deixou nove netos e uma bisneta.
Na sequência abaixo, alguns momentos em família, com destaque para as bodas de prata, em 1979, e uma viagem ao Litoral, nos anos 1960.



Colaboração
Informações desta página são uma colaboração de Gilmar Pedron Lorenzi e Ana Brum Boff.
Leia mais
Rua Tronca em 1958
A trajetória de Domenico Tronca
Imigração portuguesa: Tanoaria São Martinho em 1948
Izaura Mano Bonho e um Natal em 1944
Baile no Esporte Clube Juventus na década de 1950
Juventus: os 60 anos do tricampeonato varzeano
Cooperativa Vinícola Caxiense em 1960
Nos tempos da Cantina Antunes
A Quinta São Luiz e o Quinta Estação
Escola da Vinícola Luiz Antunes em 1943
Capela da Cantina Antunes em 1944
A trajetória da família Tessari em livro