• Liderança de organização criminosa armada;
  • Tentativa de abolição violenta do estado democrático de direito;
  • Golpe de Estado;
  • Dano qualificado pela violência e grave ameaça contra o patrimônio da União;
  • Deterioração de patrimônio tombado.
  • Caso a denúncia seja aceita pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Bolsonaro se tornará réu e ará a responder a um processo penal no tribunal.

    Em seis pontos, veja o que Mauro Cid falou na delação sobre Bolsonaro

    Os depoimentos de Cid contêm informações sobre o caso da venda por Bolsonaro de joias que recebeu de presente de autoridades estrangeiras enquanto era presidente, sobre a participação do então chefe do Executivo em movimentos antidemocráticos, entre outros temas. 

    Veja abaixo alguns dos principais pontos da delação:

    1. Caso das joias

    Mauro Cid confirmou à Polícia Federal (PF) que vendeu, por ordem de Bolsonaro, presentes que o então presidente havia recebido enquanto no cargo. Itens como relógios de luxo e um kit de joias foram comercializados nos Estados Unidos. O ex-ajudante de ordens afirmou que entregou em mãos a Bolsonaro US$ 86 mil relativos a estas vendas.

    2. Bolsonaro "ganhou Pix"

    Um dos depoimentos que constam na delação premiada trata do momento em que o acordo de colaboração esteve sob risco de ser desfeito. Chamado a se explicar, o tenente-coronel reiterou o conteúdo de suas falas anteriores e negou que tenha sido coagido a dizer qualquer coisa. Ele confirmou, porém, que gravou o áudio, que classificou como desabafo.

    Em um trecho da gravação, ele falava em pessoas que "se deram bem". Questionado sobrem quem seriam, Cid citou o ex-presidente:

    — Estava falando do presidente Bolsonaro, que ganhou Pix, aos generais que estão envolvidos na investigação e estão na reserva.

    3. Desconfiança de Mourão

    Outro ponto que chama a atenção na delação de Cid é a revelação de que Jair Bolsonaro suspeitava de uma possível aproximação entre seu então vice, o general da reserva Hamilton Mourão, e o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.

    Esta desconfiança teria motivado pedido do presidente para que as atividades de Moraes fossem monitoradas. 

    4. Acampamentos golpistas

    Em seus depoimentos, o tenente-coronel afirmou que Bolsonaro mantinha esperanças de que seria possível convencer as Forças Armadas a apoiarem um golpe que o manteria no poder, mesmo após a derrota nas eleições de 2022. Em função disso, o ex-presidente não teria agido para desmobilizar os militantes que protestavam em frente a quartéis e teria ordenado que os comandantes das Forças assinassem uma nota conjunta autorizando a permanência dos manifestantes, o que foi feito. A União foi condenada a pagar uma indenização de R$ 2 milhões por esta manifestação.

    5. Pressão para revelar depoimentos

    O ex-ajudante de ordens também revelou que após o acordo de colaboração premiada foi pressionado por aliados a revelar o que havia dito à Polícia Federal. Tentativas neste sentido teriam sido feitas pelo general da reserva Walter Braga Netto e por Fábio Wajngarten, que chefiou a Secretaria de Comunicação Social (Secom) e atuou também como advogado do ex-presidente.

    6. Gastos com motociatas

    Outro ponto dos depoimentos de Mauro Cid pode implicar o ex-presidente em outro processo, este por crime de responsabilidade. Isto porque o tenente-coronel afirmou à PF que Bolsonaro usou o cartão corporativo do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) – portanto, dinheiro público – para cobrir custos operacionais de motociatas, eventos de cunho político que ele realizava com apoiadores.

    GZH faz parte do The Trust Project
    Saiba Mais

    RBS BRAND STUDIO